The Loss of the Architectural Concept
- Felipe Sardenberg
- 12 de jan.
- 3 min de leitura
This reflection stems from the twists and turns of developing my doctoral thesis.
We have entered the era of Artificial Intelligence, a time when many professions, especially those tied to creativity, seem to drift away from the initial acts of reflection and interpretation.
Particularly over the past two decades, the Architectural Concept —the singular reflection of the architect's worldview—has been progressively overshadowed by the fast-paced and competitive dynamics of the market in a hyperconnected world. What should be the creative essence of a project—unique responses to cultural, social, environmental, and technical complexities—has been giving way to mechanization and standardization imposed by digital and technological processes.
The evolution of tools such as CAD and BIM, among other technologies, while undeniably increasing productivity and precision on a massive scale, has brought a concerning consequence: excessive parametrization, repetition, and imitation. These factors have led to an aesthetic and functional homogeneity on a global scale, where architecture, often replicable from pre-existing parameters, seems increasingly disconnected from its roots in the Applied Social Sciences.
This scenario reveals a gradual loss of what gives architecture its identity: the sensitive and personal interpretation of each site, program, and cultural context. Projects that should respond uniquely to the demands of a place and a society are often diluted into generic solutions, designed as though on an assembly line, prioritizing efficiency over essence.
As architects, we must reflect on the role we want to play. Are we willing to abandon our commitment to the singular, to the human, in the name of productivity? The Architectural Concept is not merely the starting point of a project; it is the heart of architecture as art, science, and culture. Reviving this practice is an act of resistance and affirmation: architecture must be more than a product. It must be a manifesto of our time, our identity, and our ability to shape the future.
This is an invitation to rediscover what makes architecture a living and transformative expression.
Fallingwater, designed by Frank Lloyd Wright, stands as an emblematic example of the power of a well-conceived architectural concept. Built in harmony with nature, it endures as a manifesto of integration between humanity and the environment, reminding us that architecture, when grounded in essence and sensitivity, can transcend trends and remain a timeless symbol of human creativity.

A perda do Partido Arquitetônico
Essa reflexão nasce das minhas idas e vindas no desenvolvimento da minha tese de doutorado.
Entramos na era da Inteligência Artificial. Esse é um momento quando muitas profissões, especialmente aquelas ligadas à criatividade, parecem se afastar do ato inicial da reflexão e da interpretação.
Especialmente nas últimas duas décadas, o Partido Arquitetônico, esse reflexo singular da visão de mundo do arquiteto, vem sendo progressivamente ofuscado pela dinâmica acelerada e competitiva do mercado num mundo hiperconectado. Aquilo que deveria ser a essência criativa do projeto — respostas únicas às complexidades culturais, sociais, ambientais e técnicas — tem cedido espaço à mecanização e à padronização impostas por processos digitais e tecnológicos.
A evolução de ferramentas como o CAD e o BIM, entre outras tecnologias, embora tenha aumentado a produtividade e a precisão de maneira impressionante, trouxe uma consequência preocupante: a parametrização excessiva, a repetição e a cópia. Tais fatores têm gerado uma homogeneidade estética e funcional em escala global, onde a arquitetura, frequentemente replicável a partir de parâmetros preexistentes, parece cada vez mais desconectada de suas raízes na área das Ciências Sociais Aplicadas.
Esse panorama revela uma perda progressiva do que dá identidade à arquitetura: a interpretação sensível e pessoal de cada lugar, programa e contexto cultural. Projetos que deveriam responder de forma única às demandas de um território e de uma sociedade são frequentemente diluídos em soluções genéricas, projetadas como numa linha de produção, priorizando eficiência em detrimento de essência.
Como arquitetos, precisamos refletir sobre o papel que queremos desempenhar. Será que estamos dispostos a abandonar o compromisso com o singular, com o humano, em nome da produtividade? O Partido Arquitetônico não é apenas o ponto de partida de um projeto; ele é o coração da arquitetura como arte, ciência e cultura. Resgatar essa prática é um gesto de resistência e um ato de afirmação: a arquitetura deve ser mais do que um produto. Ela deve ser um manifesto do nosso tempo, da nossa identidade e da nossa capacidade de moldar o futuro.
Este é um convite à redescoberta do que torna a arquitetura uma expressão viva e transformadora.
A Casa da Cascata, projetada por Frank Lloyd Wright, é um exemplo emblemático da força de um Partido Arquitetônico bem concebido. Construída em harmonia com a natureza, ela resiste ao tempo como um manifesto da integração entre homem e ambiente, lembrando-nos que a arquitetura, quando fundamentada em essência e sensibilidade, pode transcender modismos e permanecer como símbolo perene da criatividade humana.
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